O Médio Tejo usufrui de uma posição geográfica privilegiada no território de Portugal Continental pela sua localização central e proximidade à capital administrativa do país, Lisboa.
O Médio Tejo é sub-região (NUTS III), parte da Região do Centro (NUTS II) e do Distrito de Santarém. A região estende-se numa área de cerca de 3.344 Km2, limitada a norte com a Região de Coimbra, a norte e ocidente com a Região de Leiria, a leste com a Beira Baixa, a sudeste com o Alto Alentejo e a sul com a Lezíria do Tejo.
A região distribui-se por 13 municípios, designadamente: Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha e tem cerca de 232.580 habitantes (ano 2019). De acordo com dados divulgados pelo INE a população residente diminuiu ligeiramente na última década.
O consumo de energia final na região corresponde a 8.269.239 MWh/ano, cerca de 4,7% do total de energia final consumida no país, destacando-se os consumos de gasóleo rodoviário (38%) e gás natural (32%). A utilização desta energia levou à emissão de 1.979.251 tCO2/ano, 4,7% do total de emissões de CO2 ocorridas em território nacional, com destaque para as emissões de CO2 com origem no gasóleo rodoviário (48%) e no gás natural (29%).
Na região, o setor dos transportes destaca-se como principal consumidor de energia (48%), seguindo-se o setor industrial com 38% dos consumos energéticos.
Na produção endógena, 27% da energia produzida tem origem em fontes de energia renovável, 0,02% é produzida por valorização energética de resíduos e 73% é produzida utilizando energia de origem fóssil.
Transitar de um modelo económico linear e sustentado em combustíveis fósseis para um modelo circular e neutro em carbono implica uma transformação profunda da sociedade como a conhecemos. Este é um processo que comporta desafios, mas sobretudo oportunidades, e só com o contributo de todos será possível operar esta transição de forma justa e coesa. A Região do Médio Tejo iniciou já o seu percurso para esta transição.
Respondendo ao desafio da Fuel Cells and Hydrogen Joint Undertaking (FCH JU), a Região do Médio Tejo, constituiu-se como Região do Hidrogénio, sendo pioneira na promoção do hidrogénio como fonte de energia chave para a transição energética.
A Região do Médio Tejo reconhece o papel que o hidrogénio pode desempenhar na descarbonização dos vários setores da economia, em particular da indústria e transportes, e que permitirá alcançar níveis elevados de incorporação de fontes renováveis no consumo final de energia de forma mais eficiente, incluindo acelerar a descarbonização do próprio setor elétrico, dada a sua flexibilidade e potencial complementaridade, seja na versão consumo, armazenamento ou produção.
Neste âmbito, foi constituído um grupo de trabalho com especialistas e entidades relevantes. Este grupo de trabalho tem promovido a participação da Região do Médio Tejo em diversas ações e parcerias especificamente vocacionadas para a integração do hidrogénio no sistema energético europeu.
A região, através do seu projeto HyTagus Valley, apresentado ao Programa H2020, criou e desenvolveu o conceito associado à criação da cadeia regional de valor para o hidrogénio e promoção da utilização integrada de tecnologias de células de combustível e hidrogénio (PCH) em diferentes sectores e aplicações. Este projeto levou à criação de parcerias fortes de âmbito internacional, incluindo a criação do cluster HyTagus.
A região do Médio Tejo acolhe o Hytagus Valley, sendo o primeiro Vale de Hidrogénio (Hydrogen Valley) Português.
O Hytagus Valley tem como objetivo construir uma Cadeia de Valor de Hidrogénio na Região do Médio Tejo, promovendo a utilização integrada de tecnologias de hidrogénio e células de combustíveis (FCH) em diferentes sectores e aplicações, em particular ao nível dos transportes e edifícios.
O Hytagus Valley envolve as componentes de produção, distribuição, armazenamento, abastecimento e consumo final, bem como a componente de inovação e conhecimento, sendo esta transversal a toda a cadeia de valor.
A interligação sectorial via hidrogénio vai permitir que a energia verde do sector elétrico seja usada para a descarbonização de outros sectores como transportes, edifícios ou indústria, integrando as diferentes tecnologias FCH dentro deste ecossistema. Esta integração irá induzir o aumento de energias renováveis no mix energético local e, simultaneamente, contribuir para o equilíbrio da rede elétrica.
Esta cadeia de valor regional desenvolvida com o Hytagus Valley terá uma abordagem integrada, vinculando subprojectos individuais entre si, mostrando a sua interação sistémica numa configuração regional ou local distinta, de forma a que os projetos de produção, armazenamento e uso de hidrogénio sejam interligados entre si.
O Cluster HyTagus tem como objetivo dinamizar e promover a implementação do Roadmap HyTagus Valley, visando a realização de ações estruturantes e a implementação de tecnologias de hidrogénio e da cadeia de valor regional de hidrogénio, bem como a implementação de sistemas de armazenamento de energia e logística.
O Cluster HyTagus desenvolverá ações em três eixos de intervenção:
Educação e formação profissional: Apoio a projetos académicos relacionados com o hidrogénio visnado a sensibilização para o novo cenário energético; participação em palestras informativas, conferências e congressos; organização de ações de formação.
Agenda de Hidrogénio: Definir o Roadmap para a realização de ações estruturantes, promover a implementação de tecnologias de hidrogénio e da cadeia de valor regional de hidrogénio, bem como a implementação de sistemas de armazenamento de energia e logística.
Informação e promoção do hidrogénio como vetor energético: Ações de disseminação sobre hidrogénio, constituição da plataforma tecnológica do hidrogénio; organização de workshops e seminários.
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